ABSTRACT
Objetivos: Apontar o olhar de trabalhadores da rede de saúde mental do município de Belo Horizonte (BH), sobre o sequestro de bebês de mães usuárias de drogas licitas e ilícitas e/ou com trajetória de vida nas ruas, em sua maioria, pobres e negras. Método: Foram utilizadas narrativas de usuárias em tratamento na rede de saúde mental do município de BH. A partir do acompanhamento dos casos, as trabalhadoras da rede de saúde mental conseguiram obter registros das violações sofridas pelas usuárias por parte do poder judiciário e das maternidades públicas. Resultados: A Política de Saúde Mental no Brasil tem s ido compreendida como mecanismo de resistência e denúncia de tais situações de violação de direito. Neste contexto, a visibilidade do tema de retirada de bebês de mães em situações vulneráveis, tem sido possível, dentre outras contribuições, com a participação de trabalhadores da Rede de Saúde Mental, inclusive na pesquisa do Observatório de Políticas e Cuidado em Saúde da UFMG. Considerações finais: As trabalhadoras da rede de saúde mental têm presenciado a violência praticada pelo Estado com o aporte da política proibicionista contra as mulheres pobres, negras e/ou moradoras de rua que fazem uso de drogas licitas e ilícitas. A rede de saúde mental defende a cidadania das mulheres vulneráveis seja pela condição de sofrimento psíquico ou uso abusivo de álcool e outras drogas. Tal posicionamento, contrapõe-se às práticas sustentadas da impossibilidade de uma mulher vulnerável exercer sua maternidade.(AU)
Objectives: To point out the view of the workers of the mental health network of the city of Belo Horizonte (BH), about the abduction of babies from mothers using illegal and illegal drugs and / or with street life trajectories, mostly poor and black. Method: Narratives of users under treatment in the mental health network of the municipality of BH were used. From the follow-up of the cases, the mental health network workers were able to obtain reliable records of the violations suffered by the users by the judiciary and public maternity hospitals. Results: Mental Health Policy in Brazil has been understood as a mechanism of resistance and denunciation of such situations of violation of law. In this context, the visibility of the topic of withdrawal of infants from mothers in vulnerable situations has been possible, among other contributions, with the participation of Mental Health Network workers, including the research of the UFMG Observatory of Policies and Health Care. Final considerations: Mental health network workers have witnessed the violence practiced by the State through the prohibitionist policy, whose central objective is routinely against poor, black and / or street women who use lawful and illicit drugs . The mental health network advocates the citizenship of vulnerable women, whether through the condition of psychic suffering or abusive use of alcohol and other drugs. Such a position is counter to the sustained practices of the impossibility of a vulnerable woman to exercise her motherhood.(AU)